quarta-feira, junho 30, 2004

Um cenário perfeito

Hoje a minha verve (que presunção!...) não está muito apurada, talvez pelo efeito da faringe ruborizada, um pouco edematosa e claramente dolorosa, agravado pela subida da coluna de mercúrio acima do primeiro valor a cor vermelha (sim, ainda não aderi aos digitais...) e pela sonolência produzida pelos anti-histamínicos e outros que entram na composição dos dois comprimidos que engoli há pouco com água mineral... Ou talvez por nenhum motivo.
Ganhámos :)!! É o delírio nacional, que seja, mas francamente vibrei bem mais no jogo com a Inglaterra, eles jogavam melhor que (diferente, pelo menos) os holandeses, o jogo teve mais luta (sim, compreendo que agora os tugas estejam mais cansados) e o sofrimento até ao fim foi de arrasar os nervos... E grelhar os bifes sabe sempre melhor que espremer as laranjas! Mas, que ninguém diga o contrário, estou muito contente por se ter feito história no futebol português! Os restantes comentários e análises deixo-os para os entendidos no assunto.
No entanto, celebro com maior alegria o teu regresso a terras lusitanas, H.... A vitória da Selecção não vai mudar a minha vida, mas tu e o teu regresso, sim. Quem faz parte da nossa vida (e até quem não faz, mas que pode intersectá-la, inesperadamente, a qualquer instante) tem sempre esse dom. Daí que eu esteja, assim, com este sorriso meio-idiota-meio-feliz (aliás, meio-idiota-feliz-por-inteiro), frente ao ecrã...
E tudo isto, numa noite de lua quase-cheia...

segunda-feira, junho 28, 2004

Tempo

[...]

Tempo de matar, tempo de criar,
E tempo para todos os trabalhos e os dias, de mãos
Que se erguem e te deixam cair no prato uma pergunta;
Tempo para ti e tempo para mim,
E tempo ainda para cem indecisões
E outras tantas visões e revisões
Antes de tomar o chá e a torrada.


[...]

T.S. Eliot

Hoje é imperioso que assim se cumpra.

domingo, junho 27, 2004

Rosa ternurento

Hoje a travessia do dia foi conseguida com a ajuda de umas longas e boas horas de sono na noite anterior, tão preciosas para tudo o que tinha planeado fazer.
Ao fim do dia, valeu-me a vitória da equipa do país que te resgatou e que torna esta saudade por vezes doce, por vezes amarga. Hoje foi simplesmente um bálsamo doce (talvez pela proximidade do teu regresso...). Muito haveria a dizer acerca desta vivência da saudade na tua ausência de meses, mas isso ficará para outra ocasião.
Beijo ternurento.

domingo, junho 13, 2004

Re-nascimentos

Isto de renascer é perigoso... Mas aconselho-te vivamente a fazê-lo, F. (a taxa de natalidade anda um pouco por baixo... Como andará a de re-natalidade?)!!
É preciso, no entanto, ter em atenção que deves renascer por ti. Quando nasceste não tiveste que te preocupar com nada. Para o trabalho árduo estava lá a tua Mãe. Mas agora, se bem que a salvo da pré-eclampsia, do Síndrome HELLP, dos ACIU e das infecções do grupo TORCH (como foi possível escapar ileso a tudo isto?!), não tens o amor maternal e as contracções uterinas a ajudar! Agora és tu quem escolhe o momento. E é bom que faças o esforço sozinho porque a não ser a tua Mãe (desse ventre já não podes voltar a nascer, infelizmente) não há mais ninguém em quem possas verdadeiramente confiar para tal tarefa. Isto do re-nascimento é um processo solitário. Mas é necessário que assim seja...

É verdade que é sempre bom teres alguém para te cortar o cordão e segurar em ti. Mas acautela-te de que essa pessoa é de confiança e te tira as circulares do cordão a tempo... Uma bradicardia não vinha nada a calhar num coraçãozinho acabado de nascer...
Às vezes surpreende-me a facilidade com que as pessoas são desleais umas com as outras... E não me estou a referir a duas pessoas quaisquer. Não. Falo de deslealdade entre amigos, entre amantes. Não consigo compreender o que ganham com isso. Ou talvez consiga; mas é um ganho meramente imediato ou, quando muito, a médio prazo. A artimanha, a mentira, o jogo-de-bastidores não criam laços duradouros. Não. São apenas sementes para a desconfiança, a discussão, a revolta que o tempo se encarregará de trazer...
As relações já são demasiadamente complexas. Para quê isto?! Se calhar é precisamente por isto que as relações são o que são. O ser humano e a sua extraordinária capacidade de complicar as coisas!
Quem lançou a 1ª semente maldita? Precisa-se de um pouco mais de verdade. Até lá, fica-se à espera que as máscaras caiam...
Este meu 1º post é para ti (como poderia ser senão assim?). Sempre gostei muito de receber prendas tuas. São quase sempre uma incógnita (e a mim, constatei isso recentemente, fascina-me mais a surpresa do que a prenda propriamente dita) e revelam-se originais e divertidas. É-me impossível conter o riso sempre que olho para o "original englishman egg"!!
Mas desta vez foi ainda mais especial. Ofereceste-me um blog. Sim, um blog. Uma grande página em branco. Com toda a potencialidade que uma página em branco possui e todo o significado que isso tem para mim. A Escrita. Esse prazer indizível. Mas mesmo que eu não escrevesse uma única linha no blog a potencialidade continuava a estar lá. E foi isso que mais me agradou (os últimos presentes do género foram, talvez, os Lego ou as bonecas para as quais construía identidades e histórias...).
Só mesmo tu (sorriso). Thank you. 4 pink kisses.