sábado, dezembro 29, 2007
Porque um azar nunca vem só...
chove na sala de estar da minha casa nova.
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não vamos fazer balanços de 2007,
pois não?
quinta-feira, dezembro 27, 2007
God forbid
Mais do que da doença, Deus nos livre, quando formos velhos, de uma família que se demita das suas responsabilidades.
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quarta-feira, dezembro 26, 2007
Bridge with a view
Hoje, seriam umas 7.10h, bem a meio da travessia da Ponte da Arrábida veio-me à ideia - como, de resto, agora acontece invariavelmente sempre que ali passo - o excerto de um diálogo:
Ele: É aqui que choras?
Eu [sorriso cúmplice e nó na garganta]: Sim...
domingo, dezembro 23, 2007
Doesn't smell like Xmas
Ela: Sabes...? Este ano não me cheira nada a Natal...
Eu: Sei. A mim também não.
Eu: Sei. A mim também não.
sexta-feira, dezembro 21, 2007
À espera
Será que não chegaste ainda? O mau tempo obrigou-te a trocar as asas por carris? Ou não vens de todo?
quarta-feira, dezembro 19, 2007
A Tempestade
Aqui não há o som do mar revolto a embater nos pontões, esse barulho que nos rouba ao sono no decurso da noite, esse ruído de desassossego a encher a escuridão, e que nos tolhe os músculos do corpo e nos faz aproximar da face, muito a custo, os cobertores. Não há a luz do farol a varrer o breu, bússula dos homens do mar. Não há gaivotas em cima dos telhados nem os seus arrulhos aflitivos, nem a humidade tem o mesmo peso na balança atmosférica.
Mas há vento que obriga, que enregela, que, igualmente possante, zoa nos ouvidos e nas frinchas das portas e janelas.
Não há mar, mas há tempestade. E o medo que ela sempre traz.
segunda-feira, dezembro 17, 2007
sexta-feira, dezembro 14, 2007
Quatorze
Foi há um ano. Embora não raras vezes me questione (é uma questão de índole), o saldo continua positivo.
Para a frente é que é o caminho.
quinta-feira, dezembro 13, 2007
terça-feira, dezembro 11, 2007
Há posts como faróis em noite de tempestade, de uma embarcação há muito perdida no mar do passado
Hoje ensinaram-me que há uma coisa mais obstinada que o tempo. Chama-se desejo.
Em casa
Quando o sol me bate na cara e o vento me revolve os cabelos, na cercania da Praça dos Leões, sei que estou em casa.
Encontro Singular
O Progresso juntou-nos. Puseram-se várias coisas a Nu. As culpadas foram a cidade e as letras, paixões de toda uma vida. Que vão ardendo aqui e lá fora.
segunda-feira, dezembro 10, 2007
quinta-feira, dezembro 06, 2007
Solitudine
Pousou o telefone com um peso no coração. Ainda lhe ressoavam nos ouvidos as palavras de medo e pesar da avó. E concluiu: a solidão era a pior doença de todas.
terça-feira, dezembro 04, 2007
Desaguisados
Hoje foi dia deles (desaguisado é uma palavra muito em uso por cá, a que eu acho imensa graça e que me dá gozo ficar a repetir, assim, vezes seguidas...).
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Valeu-me uma carta que recebi.
domingo, dezembro 02, 2007
sábado, dezembro 01, 2007
História
O post anterior é irrelevante. Ou melhor, contém uma palavra fulcral: reencontro. Que não aflora sequer o que teve lugar. Não foi um qualquer reencontro. Foi um reencontro histórico. Na minha vida pessoal, entenda-se, o resto do mundo prossegue a sua história. Mas na minha houve uma ruptura. De certa forma, haverá um antes e um depois de ontem. Absolutamente inesperado. Os vírus trouxeram-te a Coimbra. E até isso foi um pouco fortuito. De repente olhei, e lá estavas tu. Desde esse momento, o meu corpo foi tomado por um nervoso miudinho. Hesitei por segundos. Mas ainda há tempos tinha tentado saber notícias tuas. Reúno a coragem e abordo-te. A tua surpresa. Saímos da sala, numa hora (mais? menos? não contei e perdi literalmente a noção do tempo) pusemos parte da conversa em dia. Quatro anos de silêncio. Levei-te ao meu Serviço, memorizaste o meu número no teu novo telemóvel (eu nunca tinha perdido o teu, embora duvidasse que o número ainda se mantivesse). Confessei ter-te avistado no Molhe, confessaste ter-me visto de relance no São João. Quatro anos de silêncio. Que tu escolheste, é certo. Sempre me entristeceu isso, não havia justificação. Despudoradamente, pergunto-te se não queres conhecer a minha casa nova. Infelizmente não podes, vais regressar de boleia dali a pouco, urgência no dia seguinte. Quatro anos depois. Depois de teres cortado relações comigo (que disparate!). Não sou rancorosa, como sabes, e perdoei-te isso. E suportava até que me ignorasses nos corredores do hospital. E o curioso foi a sensação de familiaridade constante. Como se os quatro últimos anos da nossa vida não tivessem existido. E o momento em que afirmas que a tua última vinda a Coimbra tinha sido "quando vim contigo". Aliás Coimbra para mim, na idade adulta, é isso: esse dia que passámos aqui, há uns anos. Combinou-se encontro para um copo no Porto. Que suspeito não se vir a concretizar. Mas dou-me por feliz desta quebra de silêncio. Basta-me isso. Foste o meu maior amor até hoje e aquele silêncio era totalmente descabido. Coimbra voltou a ser ontem, para mim, a Cidade dos Amores. Idos, é certo, mas dos amores. E se não for por mais nada, já valeu a pena ter vindo viver para cá. Para escrever esta página de história.
sexta-feira, novembro 30, 2007
Hepatobiliares
Os acontecimentos de hoje duplamente prejudicados por essa coisa que são os automóveis.
quinta-feira, novembro 29, 2007
quarta-feira, novembro 28, 2007
terça-feira, novembro 27, 2007
Açougue
- Tenho que ir ler umas coisas de fígado...
- A forma como dizes isso,... parece que estás no açougue.
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Não estou mas parece. Os nossos cirróticos têm morrido como tordos. Digo, como animais para abate.
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com o curso de hepatobiliares à porta
domingo, novembro 25, 2007
Empregado
No fim de me escrever o valor dos consumos no papel - particularidades de uma certa Pastelaria, a que até aprendi a achar alguma graça - acrescentou Continuação de uma boa tarde de Domingo. Uma bola fora, pensei - jargão consonante com o que vai passando na TV. Mas não o quis desiludir, sobretudo na aproximação de um final de dia de trabalho. E por respeito a isso, esbocei um sorriso e agradeci.
sábado, novembro 24, 2007
sexta-feira, novembro 23, 2007
quarta-feira, novembro 21, 2007
Rx
A final bit of advice that applies to other areas of medicine also, the only way to gain competence and keep it is to practice, practice, practice, and then practice some more.
Luxos
(...)
Ele: E não há nada que eu possa fazer enquanto espero...? Tenho mesmo de estar aqui à espera das análises 3 horas?
Eu: Bem,... não é obrigado a nada, se quiser assinar um termo de responsabilidade e ir embora...
Ele: Não há assim uma Internet, um Messenger que eu possa usar, têm aí os computadores (a apontar para aquele onde eu estava a ver a radiografia de uma doente)...
Eu: Pois, mas estes, como compreenderá são para nós trabalharmos...
Ele: Enfim, é uma tristeza, não há condições... A pessoa quando vem ao hospital, mesmo que não esteja doente, sente-se mesmo doente...
.
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Claro que a esta altura voltei a pousar os olhos na radiografia e respirei fundo, para não me indispor com o senhor que nem sequer estava a ser visto por mim, e que estava lá sentadinho, todo pimpão, perna traçada, a folhear o jornal, sorridente, na casa dos 40... Eu, enfim, sou uma moça de desejos simples, mesmo à 1:30h da manhã, estando eu de pé ao computador, ainda não tendo tido tempo de ir buscar a minha ceia, numa urgência confusa com máquinas de troponinas avariadas, impressoras a pifar, computadores lentos, macas em 3ª fila... Eu contentava-me em poder correr uma cortina para dar privacidade aos doentes no exame físico, em ter mais colegas, enfermeiros e auxiliares (ou uma melhor organização dos mesmos) e vá, pronto, agora assim um pedido mesmo à doida que era o de assistir pessoas verdadeiramente doentes. Irrita-me profundamente esta malta que vai entupir as urgências, consumir-nos tempo precioso para quem está mesmo mal e que ainda julga que um hospital é um centro recreativo, um hotel ou coisa do género! Estas pessoas deviam ser penalizadas por utilizarem indevidamente as urgências (de forma pecuniária e/ou outra). A Saúde não é um luxo, é um direito. E, como dizia um professor que tive, também um dever. As pessoas têm o dever de preservar a sua saúde e, acrescento eu, de respeitar quem trabalha na área e ainda os outros que precisam de recorrer aos cuidados de saúde. Tenho dito.
domingo, novembro 18, 2007
Poderes
O Philip Roth nada pôde contra um homem, cadeiras à frente, que era a versão portuguesa do Rodrigo Santoro, mas de cabelo comprido e apanhado num rabo-de-cavalo. Que até lhe caía muito bem sobre o cachecol escuro que trazia por cima do blazer.
sábado, novembro 17, 2007
Coimbra-B
Às vezes, fico terrivelmente cansada. Cansada de fazer e desfazer malas (desde que mudei de cidade estes actos ganharam uma nova e menos divertida conotação), de empacotar e desempacotar memórias, de abrir e fechar gavetas do coração.
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Há viagens imperativas, mas árduas.
quarta-feira, novembro 14, 2007
Twenties
Um que se exaure em sangue por tudo quanto é orifício, outro cujo cartão de validade já atingiu o limite (segundo o filho) e o último, o amputado, que motejou do Clostridium, da Pseudomonas e da Escherichia, é o único bom para ir para casa.
terça-feira, novembro 13, 2007
Tele-culinária
Iniciei com a minha mãe, pela hora do jantar, um novo ritual que consiste em esclarecer, telefonicamente, dúvidas sobre a arte da cozinha.
segunda-feira, novembro 12, 2007
domingo, novembro 11, 2007
sexta-feira, novembro 09, 2007
Silêncio
Escrevo e apago, o gesto repete-se. Não é que não tenha assunto, pelo contrário, mas não consigo que as palavras espelhem (bastaria que se assemelhassem) os sentimentos. Atenho-me, assim, ao silêncio.
quarta-feira, novembro 07, 2007
Cooking
Isto de começar a cozinhar tem que se lhe diga.
Vai ser uma novela com bastantes episódios. Fiquem por aí.
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fiz estragos,
foi uma canseira limpar tudo,
o difícil é começar
terça-feira, novembro 06, 2007
Sentence of the day
- The most beautiful words in the English language are not "I love you", but "it's benign".
Harry, Deconstructing Harry
segunda-feira, novembro 05, 2007
Coisas que me dizem (enquanto faço uma gasimetria)
- Ó filhinha, tem é que ter muita fé no Senhor, devotar-se muito a Ele, é Ele que me salva, estamos todos nas mãos d'Ele, eu não digo os outros Anjos e a Senhora de Fátima, é mesmo o Senhor, Ele é que me tem valido a vida toda.
quinta-feira, novembro 01, 2007
segunda-feira, outubro 29, 2007
sexta-feira, outubro 26, 2007
quarta-feira, outubro 24, 2007
Quando pensamos que não pode piorar...
Recorro às instâncias ao meu alcance. A resposta temida: forçosamente ter que prescindir de um direito.
São uns biltres. E isto é utilizar um eufemismo.
É aí que tento pensar no bem maior: os doentes. Mas, malogradamente, nem sempre resulta.
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eu que aguente,
foi uma pulhice de todo o tamanho
terça-feira, outubro 23, 2007
Variações (coisas que me dizem)
- Estou massa de bem com o mundo...
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eu no momento não,
mas fico feliz que você esteja
domingo, outubro 21, 2007
Decoração
Depois deste fim-de-semana, o mundo dos parafusos e buchas com códigos de 6 algarismos deixou de ser um mistério para mim.
quinta-feira, outubro 18, 2007
O salutar destas coisas
Até nisto há que tentar ver o positivo: tirar as lições e precaver para o futuro.
E, claro, os infortúnios são óptimos barómetros das pessoas com quem podemos contar. Das que estão lá. Com a palavra amiga, com a ajuda.
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P.S.: Quero aqui deixar um beijinho e um agradecimento especial à M., de Coimbra. Ela lê o blog, de quando em vez. Esta é para ti, miúda! Valeu!
quarta-feira, outubro 17, 2007
terça-feira, outubro 16, 2007
Levam-nos tudo e deixam-nos o medo
E ficamos despojados. De memórias, objectos, valores, privacidade.
No reduto último.
Hoje, se conseguir adormecer, só o farei quando silenciar o choro miudinho que me apossa o corpo.
No reduto último.
Hoje, se conseguir adormecer, só o farei quando silenciar o choro miudinho que me apossa o corpo.
domingo, outubro 14, 2007
Variações (coisas que me dizem)
- Quando ouvi falar de TEP*, lembrei-me logo de ti...
*Tromboembolia Pulmonar
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amigos em congressos,
podiam dizer-me coisas piores
quinta-feira, outubro 11, 2007
Frivolous things
Hoje constatei um facto: desaprendi de andar de autocarro na minha cidade. Eu, que fiz a faculdade toda a viajar nos autocarros e sabia de cor e salteado ligações e frequências de passagem, nomeadamente das linhas 3, 78, 19, 24, 21 e até 41. Depois veio a revolução das várias carreiras, na altura em que comecei a pegar no carro para ir trabalhar. Agora, no visor electrónico dos veículos, aparecem números que nada me dizem. Por isso, hoje, lá estava eu na paragem, de dedito no mapa (unha lollypop!) à procura do autocarro a tomar para o trajecto pretendido. E quando cheguei lá dentro, claro!, tinha os Andantes esgotados!! Lá tive que ser estonadita e comprar o agente único.
Mas saiu-me um motorista alegre e brincalhão (não há disto em Coimbra).
Foi um episódio burlesco.
quarta-feira, outubro 10, 2007
Ruas da minha cidade
Fiz as pazes com a minha cidade. Em verdade, a quezília não era com ela. Mas uso-a em sentido figurado.
Tenho aprendido que as cidades podem ser a metáfora de muita coisa.
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Longe
Sinto-me mentalmente em férias desde o início da semana. Hoje ocorreu-me a ideia (um pouco idiota, vá, mas façam-me a vontade) que se me perguntarem, assim de repente, nem sei bem que profissão exerço no dia-a-dia. Achei esta imagem maravilhosa. E tenciono manter-me neste limbo enquanto puder. É que só faço qualquer coisinha se alguém cair estatelado à minha frente ou se engasgar na mesa ao lado, na esplanada. Garanto-vos!
terça-feira, outubro 09, 2007
Olhares
Porque o olhar do amor é o olhar do isolamento. [...] Não, não é de um olhar de amor que ela precisa, mas da inundação dos olhares desconhecidos, grosseiros, concupiscentes e que poisam nela sem simpatia, sem escolha, sem ternura nem delicadeza, fatalmente, inevitavelmente. Esses olhares conservam-na na sociedade dos humanos da qual é separada pelo olhar do amor.
Milan Kundera, A Identidade, pág. 31
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eu era mais o oposto,
livros,
sempre o Kundera
domingo, outubro 07, 2007
sábado, outubro 06, 2007
Táva-se mesmo a ver
que no fim de um dia como este (em que, devo acrescentar, é um daqueles dias do mês) tinha que receber um insistente convite para um café com um elemento do sexo oposto. Um daqueles que não têm sobejado ultimamente, nos quais admitimos a possibilidade de uma possibilidade. Lá recusei, delicadamente, propondo alternativa noutra data. Com a sortezinha que eu tenho, já todos percebemos em que é que isto (não) vai dar.
O que vale é que estas ironias da vida me divertem e eu estou a entrar naquela onda if it doesn't happen, it wasn't meant to be.
Dia de compras - resenha
Aspirador, máquina de café espresso, móvel de TV, móveis para a sala, mesa de centro (ainda em ponderação), tapete da sala (quase), fruteira, pratos de sobremesa (o resto da louça e trem de cozinha já tinha comprado) e escolha da cama e mesa-de-cabeceira. E ainda houve tempo para ver ene LCDs (sem me decidir por nenhum).
Volto para casa com as pernas dormentes e os neurónios fritos, mas de sorriso na cara.
Volto para casa com as pernas dormentes e os neurónios fritos, mas de sorriso na cara.
quinta-feira, outubro 04, 2007
quarta-feira, outubro 03, 2007
Variações (coisas que me dizem)
- Ainda não é o teu tempo.
Não contesto. Quem me conhece sabe que eu sempre tive uma relação difícil com o relógio.
Não contesto. Quem me conhece sabe que eu sempre tive uma relação difícil com o relógio.
terça-feira, outubro 02, 2007
Post para uma amiga que não lê blogs
Mais do que deslocada geográfica, és agora exilada sentimental. E eu sei o que isso custa. Gostaria de poder dizer-te que em breve poderás regressar ou que tenho a mezinha que te aliviará o sofrimento. Não é ética a prática da profissão quando perdemos a objectividade (pela relação de amizade e pela proximidade da maleita). Posso apenas escutar-te. E acalentar a esperança de um dia esta fase ser um episódio risível nas nossas vidas.
Tento olhar tudo como uma provação e incito-te a fazer o mesmo. Como um Harrison relacional. Vais ver que vai acabar mais rápido do que esperávamos.
segunda-feira, outubro 01, 2007
domingo, setembro 30, 2007
sábado, setembro 29, 2007
Já só faltam 2 dias
Hoje, por 4 vezes, uma pessoa diferente me disse que eu não tinha pronúncia à Porto. Uma chegou a perguntar-me, inclusivamente, de onde eu era.
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Começo a ficar preocupada. Deveras preocupada.
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Começo a ficar preocupada. Deveras preocupada.
sexta-feira, setembro 28, 2007
quinta-feira, setembro 27, 2007
Já só faltam 4 dias
Nesta casa - cada vez mais vazia - o arroz que se deita no prato, esta semana, é feito por mim.
quarta-feira, setembro 26, 2007
Já só faltam 5 dias
Dás-me a notícia de que gravaste o nosso amor no teu corpo. Tatuado à direita do centro do mundo.
As lágrimas rolam-me pela face.
As lágrimas rolam-me pela face.
O coração em alvoroço.
Como na hora da partida do pau-de-arara.
terça-feira, setembro 25, 2007
Já só faltam 6 dias [#3]
Os caixotes que começavam a acumular-se pela casa, de novo. O buliço das coisas a tratar. Rituais na berma da aniquilação..
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E um certo deleite nisto tudo.
Já só faltam 6 dias [#1]
As rotinas pressagiadas: as falas, os actos, a cadência. Tudo esvaziado de assombro. O aproximar das férias deve tornar-nos intocáveis.
segunda-feira, setembro 24, 2007
Já só faltam 7 dias
Hoje arranca, oficialmente, a contagem decrescente (da autora) deste blog para férias.
sábado, setembro 22, 2007
quinta-feira, setembro 20, 2007
terça-feira, setembro 18, 2007
Ou isso
Este post também se podia chamar Crónicas de uma mudança entre o ansiado e o temido #1. A vida em flashback. Com as devidas adaptações. E novidades. E medos. E expectativas. Ou isso.
Sintomas
Acordou. Avançou para a secretária que dá para a janela. Levantou a tampa do computador antes de levantar o estore.
segunda-feira, setembro 17, 2007
The blue city
Hoje, às 6:50h, enquanto olhava pela janela do 6º piso, era assim a cidade. Azul e baça. Casas e céu. Um cenário entre o irreal e o lastimoso. A pintar os corações dos que choravam o morto fresco e do que o há-de ser em breve. A verdade exposta Mas a senhora não pode fazer milagres. Até o senhor G. estava hoje triste quando lhe estendeu a mão no corredor. Com febre, disse, acrescentando, eu nem em criança tinha febre. Mas o narrador passa por tudo ileso. Só se ressente do cansaço, da lassidão do corpo, desse tédio orgânico que a ter cor, seria, indubitavelmente, azul.
sexta-feira, setembro 14, 2007
Awareness
Ultimamente, servem-me pérolas de sabedoria em louça de grés.
Mas se o relato, é porque me apercebo. Valha-me ao menos isso.
terça-feira, setembro 11, 2007
Nine eleven
Lembro-me claramente. O G. chamou-nos. Disse Estão aviões a atacar o Pentágono. Nem valorizámos grandemente. Coisas do G.. Mas os televisores do átrio da faculdade, sempre desligados, foram acesos para dar a conhecer as imagens. Quando vimos os aviões embater nas Torres Gémeas, percebemos que algo de maior se passava. Ainda não sabíamos o quê. De lá até cá, fomos relembrar ao dicionário palavras como terrorismo. E parece que ainda não abarcámos todas as definições, cabalmente.
segunda-feira, setembro 10, 2007
domingo, setembro 09, 2007
Morrer por uma imagem
Ficámos sem travões na descida. Foi só um susto. Mas se tivéssemos perecido num mergulho no Douro, ao avistar a Régua e os socalcos revestidos a ouro pelo sol que adormecia atrás dos montes, teria sido uma morte sublime.
quarta-feira, setembro 05, 2007
terça-feira, setembro 04, 2007
Equívocos que me divertem
Todos a julgar que não. E eu a assistir de bancada.
Como quando perguntamos a um doente com pancreatite aguda "Mas dói-lhe muito a barriga?" e ele responde "Nem por isso...". Gorados. É assim que ficamos. Que ficam, eles.
Eu... ando a tentar disfarçar o sorriso.
Pérgula da Foz
Teimas em não sair sob a forma de post. Chego à conclusão que Agosto/Setembro, no Molhe, é uma época do ano que nos é fatal.
sexta-feira, agosto 31, 2007
quinta-feira, agosto 30, 2007
Kundera é para ler no tempo fresco
Há escolhas melhores para um dia de Agosto em que os termómetros marcam 32ºC.
quarta-feira, agosto 29, 2007
Nota futebolística
A República Cimbalino (como carinhosamente a denominámos) está prestes a dissolver-se. Coincidência, ou talvez por isso mesmo, temos passado bastante tempo juntos. Hoje foi dia de futebol, gargalhadas e jantar a quatro. Eu no meio de portistas. Mas a estrelinha esteve do nosso lado. E lá estaremos na fase de grupos.
segunda-feira, agosto 27, 2007
Pensamentos à beira-mar
O Bar do Alex. O passadiço. Parei várias vezes no percurso só para olhar o mar, só para sentir o vento a acariciar o meu cabelo, só para olhar o mar... Esse mar que me puxa, onde a luz do sol batia em cheio, onde as rochas escorregadias estavam a descoberto, esse mar do qual agora sinto uma falta imensa (eu, que sempre preferi o campo), esse mar que me enfeitiça nas praias com bandeira azul, Madalena, Valadares, Francelos, fui e vim a pé, acabei o livro, revi as esplanadas onde há precisamente um ano a angústia se apoderava de mim, a angústia e a incerteza, mais a última, isso de não saber o que me esperava este ano, meu Deus!, Coimbra, quem diria!, a mudança de cidade, mais uma mudança agora, vou comprar casa, isso, diz as sílabas devagar com-prar ca-sa, mas agora a tranquilidade, o bem-estar, a empolgação da casa, comprar mesmo, nada de alugar, às vezes essa sensação da vida a começar, ainda, de novo, essa sensação de começo é a melhor coisa do mundo, só faltava mesmo alguém com quem partilhar o momento, este agora, o da tarde a cair frente a este mar espelhado e ao areal esplêndido, o Senhor da Pedra de um lado, o Porto do outro, que lindo! [sorrio, repetidamente], não tenho máquina fotográfica, que se lixe, fixo tudo na memória, estou sozinha mas, em boa verdade, sinto-me maravilhosamente bem, acho que sei de alguém que tirava agora uma foto espectacular [fecho os olhos e inspiro profundamente], este ar é que me vai fazer bem à constipação, ai, este mar...
Citação
A madrugada do Porto é um incêndio no meio do Verão.
Francisco José Viegas, Lourenço Marques, pág. 137
domingo, agosto 19, 2007
Insatisfações
No Clube Literário do Porto, ao som de um piano de onde saía o Sozinho do Caetano, confessou-me que o namoro dela ia mal. Ouvi. Aconselhei como pude.
Às vezes, parece que ninguém está bem. Quem está só e quem está acompanhado.
sexta-feira, agosto 17, 2007
Nota
Enterro as duas dores bem fundo - uma e outra, que às vezes parecem fundir-se - e sigo caminho. O hábito e a repetição sempre foram bons professores.
terça-feira, agosto 14, 2007
Os dias são a noite, as noites são os dias
Com os sonos trocados esta semana, mea culpa, o refrão daquela música dos Madredeus Os dias (a citar o título de cor), assenta-me que nem uma luva.
House searching in Coimbra
Desta feita, talvez fruto das circunstâncias do destino. Mas o que é facto é que tens estado sempre presente nos momentos decisivos da minha vida. Obrigada, F.
quinta-feira, agosto 09, 2007
Necessidades básicas
Comer e dormir, além do trabalho. E um copo ocasional com os colegas.
Esta semana, não peço mais.
domingo, agosto 05, 2007
Bebedeiras
Banco. 05/08/2007. 3:00 H. Homem, 33 anos, prioridade Amarelo. Fluxograma: embriaguês aparente.
Intoxicação alcoólica.
Eu: Então, boa noite! Bem-disposto?
Ele: (fala arrastada) Olhe, estou a fazer os possíveis.
[Risos, à volta]
Eu: E então, andou a beber uns copos, foi?
Ele: Não, não, os copos não bebi... Eu bebi foi o líquido!
[Gargalhada geral]
Intoxicação alcoólica.
Eu: Então, boa noite! Bem-disposto?
Ele: (fala arrastada) Olhe, estou a fazer os possíveis.
[Risos, à volta]
Eu: E então, andou a beber uns copos, foi?
Ele: Não, não, os copos não bebi... Eu bebi foi o líquido!
[Gargalhada geral]
terça-feira, julho 31, 2007
Deslocada
Ou melhor, displaced. O termo inglês surge-me mais pleno de significado.
É assim que me sinto hoje.
Por isso, esta música é perfeita.
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Obrigada, Francisco Afonso.
Pequenos prazeres da vida
Docas. 18:30 h. Frize Lima-limão. Lourenço Marques, de Francisco José Viegas. O Mondego adamantino à minha frente.
quarta-feira, julho 25, 2007
Meme
A culpa é toda dele, aviso já...
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Gosto do cor-de-rosa, é a minha cor favorita!
Gosto muito da minha cidade, do mar e do Douro (que saudades, agora...), dos tripeiros e dos transmontanos. Dos tempos da minha infância. Do amor da minha família. Do meu núcleo duro de melhores amigos (à semelhança da Rita Lee, também acho que Amizade é Amor sem sexo).
Gosto muito de panados de perú com arroz de ervilhas, tudo o que saiba a café, de Covilhetes e Cristas de galo, da comida da minha mãe, das alheiras da minha tia e de morangos.
Gosto desta nova cidade em que vivo, do processo de adaptação, das descobertas, dos laços que vou tecendo devagar... Gosto do fim de tarde nas docas de Coimbra e do Leitão à Bairrada. Gosto dos bolos da Vénus. Gosto de comparar tripeiros e beirões.
Gosto muito do que faço, dos doentes e das doenças. Do privilégio de cuidar de pessoas. Também gosto das urgências, mesmo que isso inclua stress, aborrecimentos e estafa. E miséria. Muita miséria humana, que é o que mais se vê por lá. Gosto do facto de uma palavra de conforto ser, por vezes, mais eficaz que um medicamento. Ou de o complementar. Gosto dos doentes de livro, mas também do facto de a Medicina não ser como a Matemática. Gosto de entrar nos quartos da enfermaria, de brindar os doentes com um sorriso e de o ver devolvido. Nesse momento, algo cintila cá dentro.
Gosto de passear na blogosfera. Às vezes é vício. Adoro viajar. Conhecer pessoas, lugares, culturas e objectos.
Gosto de Línguas. Adoro mesmo. Falo algumas (com boa pronúncia, segundo os nativos). Quero aprender mais.
Gosto muito de música (de quase todos os tipos), tem um efeito muito especial sobre mim. Ultimamente, com queda para sons jazzísticos. E adoro cantar no banho!
Gosto de poesia. Amo a escrita e a leitura.
Gosto do cor-de-rosa, é a minha cor favorita!
Gosto muito da minha cidade, do mar e do Douro (que saudades, agora...), dos tripeiros e dos transmontanos. Dos tempos da minha infância. Do amor da minha família. Do meu núcleo duro de melhores amigos (à semelhança da Rita Lee, também acho que Amizade é Amor sem sexo).
Gosto muito de panados de perú com arroz de ervilhas, tudo o que saiba a café, de Covilhetes e Cristas de galo, da comida da minha mãe, das alheiras da minha tia e de morangos.
Gosto desta nova cidade em que vivo, do processo de adaptação, das descobertas, dos laços que vou tecendo devagar... Gosto do fim de tarde nas docas de Coimbra e do Leitão à Bairrada. Gosto dos bolos da Vénus. Gosto de comparar tripeiros e beirões.
Gosto muito do que faço, dos doentes e das doenças. Do privilégio de cuidar de pessoas. Também gosto das urgências, mesmo que isso inclua stress, aborrecimentos e estafa. E miséria. Muita miséria humana, que é o que mais se vê por lá. Gosto do facto de uma palavra de conforto ser, por vezes, mais eficaz que um medicamento. Ou de o complementar. Gosto dos doentes de livro, mas também do facto de a Medicina não ser como a Matemática. Gosto de entrar nos quartos da enfermaria, de brindar os doentes com um sorriso e de o ver devolvido. Nesse momento, algo cintila cá dentro.
Gosto de passear na blogosfera. Às vezes é vício. Adoro viajar. Conhecer pessoas, lugares, culturas e objectos.
Gosto de Línguas. Adoro mesmo. Falo algumas (com boa pronúncia, segundo os nativos). Quero aprender mais.
Gosto muito de música (de quase todos os tipos), tem um efeito muito especial sobre mim. Ultimamente, com queda para sons jazzísticos. E adoro cantar no banho!
Gosto de poesia. Amo a escrita e a leitura.
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E acho melhor não passar isto a ninguém... A hora já vai alta e vou dormir, que também é outra coisa que gosto de fazer. Até amanhã!
terça-feira, julho 24, 2007
Paliativos
Porque há sempre algo que podemos oferecer todos os dias.
Nem que seja um simples sorriso.
segunda-feira, julho 23, 2007
Antídoto
O dia está cinzento e chorão. A semana vai ser tudo menos preguiçosa. O meu contraveneno é ser despertada pela voz da Lisa em Daybreak.
quinta-feira, julho 19, 2007
Complaint Book - blank
Hoje, enquanto escrevia 19/07/07 na requisição de um exame radiológico, hesitei. A estranheza instantânea da labuta em semelhante data. Seguida de um sorriso. Assim vá passando o resto do Verão. Não me queixo.
segunda-feira, julho 16, 2007
quarta-feira, julho 11, 2007
Um quadrado de chocolate preto por dia mantém a hipertensão arredia
As vantagens da Medicina Baseada na Evidência. Para ler aqui.
terça-feira, julho 10, 2007
Piropos
Hoje, no percurso do costume (aqui posso dar-me ao luxo de ir a pé para o trabalho), ao passar nuns prédios em construção na zona de Celas, ouço "Ó boua". Imediatamente reconheço a pronúncia e sustenho o riso. Atento no nome da construtora - uma empresa de Braga.
Os trolhas de Coimbra (se é que existem) não devem dizer coisas destas.
segunda-feira, julho 09, 2007
Pequenas grandes vitórias ou o que eu gosto do novo Blogger
Consegui pôr ali o mail no canto superior direito e, quando se clica, inicia o Outlook.
domingo, julho 08, 2007
sábado, julho 07, 2007
White
Digitava as palavras na mensagem de telemóvel, afiançando-lhe que estava tudo bem e pedindo que não se preocupasse, terminando com um isto passa.
Mas era mentira.
quinta-feira, julho 05, 2007
A 8ª Maravilha
Fiquei aliviadíssima em saber que dentro da nossa casa ainda podemos dizer o que nos apetece.
quarta-feira, julho 04, 2007
Feriado Municipal em Coimbra
Acordar cedo, abrir as portadas e subir os estores, na minha cidade. Ver as redes e as bancadas do Circuito da Boavista. O trânsito na Fonte da Moura às 9 da manhã. O percurso pela beira-rio, igualzinho ao que fazia todos os dias, com um sol escaldante a salpicar o Douro de pontos cintilantes. Desliguei o ar condicionado e abri as duas janelas para sentir o cheiro do rio.
Hoje matei saudades de quase tudo e todos.
As gentes da minha cidade nem imaginam como as amo.
quinta-feira, junho 28, 2007
A GEA
O mau-estar. As eructações constantes. As dejecções diarreicas. A noite em claro. As náuseas. Metoclopramida (10 mg). Os líquidos. O sono. Mais dejecções. Loperamida (2 mg). Menos náuseas. A canja. O sumo. A meia torrada.
terça-feira, junho 26, 2007
domingo, junho 24, 2007
quarta-feira, junho 20, 2007
20 de Junho de 2006
Os teus 25 anos. Muita tensão e choro.
O dia em que começou a tecer-se o fio do destino que me traria para Coimbra.
terça-feira, junho 19, 2007
Sweet taste in my mouth
A apresentação não podia ter corrido melhor.
Nem só de dissabores é feita a vida de um interno.
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sábado, junho 16, 2007
Um novo link ali ao lado
Porque já lá tinha passado e visto que as fotografias são muito boas. Por simpatia. Porque também me linkou (e não, eu não sei ver quem me linka e coisas do género - tenho que resolver isto um dia destes). Porque me apeteceu.
quarta-feira, junho 13, 2007
terça-feira, junho 12, 2007
terça-feira, junho 05, 2007
domingo, junho 03, 2007
It keeps getting worse
Pelo telefone e Messenger, amigos e conhecidos a convidarem-me para aparecer/ir até Serralves.
E eu em Coimbra, depois de um banco de cão...
Bonding
Eu sei, eu sei. Tenho que criar lugares meus em Coimbra. Dar-lhes um significado, ir-lhes construindo uma história. Para que deixem de me parecer ignotos e eu de lhes ser alheia. Sobretudo porque já passou algum tempo desde que cá estou. Mas tempo é precisamente o que me tem faltado.
Angustiante é...
...não termos os nossos amigos na cadeira à nossa frente, no café, à distância de um telefonema.
Crescer custa
Confesso. Não pude mais. Um esforço atroz para me controlar, era só estacionar a porcaria do carro mesmo à portinha e aguentar até entrar em casa. Não consegui. Assim que desliguei o motor, os olhos já cravejados de lágrimas, desatei num pranto aberto à vista de quem passasse na rua e olhasse para o interior da viatura. Chorei tudo. Recompus-me, entretanto. Entrei no prédio. Tenho sido a pessoa mais alegre, simpática e disponível daquela Enfermaria. E não é que isso seja um logro - eu sou assim. Esta semana fui até elogiada pelo meu chefe (que é difícil no trato e no feitio e nunca elogia ninguém)! Mas não estou bem. Não tem sido fácil. Vou é conseguindo enganar toda a gente. Até a mim. Às vezes.
quarta-feira, maio 30, 2007
sexta-feira, maio 25, 2007
Eles disseram tudo
Pois eis que o digo, amor. E logo esbarro
em tua ausência - essa lâmina exata
que me penetra e fere e sangra e mata.
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quarta-feira, maio 23, 2007
segunda-feira, maio 21, 2007
That small
Na última sexta-feira dei alta a um doente que notei morar na mesma rua que eu. Até brinquei com a situação, dizendo, somos vizinhos, ó senhor F.! Não me detive, confesso, no número da porta. Até porque o meu prédio tem duas entradas (cada qual com o seu número, obviamente). Hoje, ao entrar no prédio, dou de caras com o homem a sair! Mora dois andares abaixo de mim. Que Coimbra era pequena, já eu sabia. Mas nunca imaginei que fosse tão pequena!
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P.S.: E, com a minha sorte, qualquer dia tenho o senhor a tocar à porta, a pedir receitas quando a medicação acabar!...
Silogismo
O amor é o que nos une.
O oceano é o que nos separa.
O que nos une é contrário ao que nos separa.
O amor é contrário ao oceano.
sexta-feira, maio 18, 2007
quarta-feira, maio 16, 2007
segunda-feira, maio 14, 2007
domingo, maio 13, 2007
sábado, maio 12, 2007
quarta-feira, maio 09, 2007
domingo, maio 06, 2007
sábado, maio 05, 2007
Tempo interior
quinta-feira, maio 03, 2007
quarta-feira, maio 02, 2007
domingo, abril 22, 2007
quinta-feira, abril 19, 2007
quarta-feira, abril 18, 2007
sexta-feira, abril 13, 2007
Eles (e a minha má disposição de hoje)
Eram mais impenetráveis, menos extrovertidos, mais emproados, mais desconfiados, mais tacanhos.
Sobretudo, mais tacanhos.
E, sobretudo, convencidíssimos que não.
quinta-feira, abril 12, 2007
quarta-feira, abril 11, 2007
Era uma questão de tempo (2)
Para ele era mesmo.
Diz-se que nem 8 nem 80. Com Paraquat é 0 ou 80. Vão por mim. Eu sei. Vejo-o todos os dias. Vai morrendo do arrependimento e do herbicida.
terça-feira, abril 03, 2007
domingo, abril 01, 2007
sábado, março 31, 2007
A morte é um lugar definitivo
Quando os reflexos corneanos se vão, quando não há batimentos cardíacos nem movimentos respiratórios, tudo o resto parece pequeno.
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Demasiadamente pequeno.
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E as soluções para todos os nossos problemas afiguram-se de uma simplicidade cristalina e pueril.
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A vida é um lugar estranho.
sexta-feira, março 30, 2007
Bloqueio
Não sei se foi acto de represália ou volição.
Sei que não percebeste.
E entrego-me ao sono com uma pontada. No 3º esquerdo.
De escadas
Ela: Preciso de emagrecer.
Eu: Tu? Mas engordaste, foi? Não se nota nada!...
Ela: Oh, não, pelo contrário, mas... é mais uma questão de 5º andar.
Eu: Quinto andar?? Humm... Já estou a ver de onde vem isso. Mas não é propriamente 5º andar!...
Ela: Pois não! É... vá, 3º andar.
Eu: Terceiro esquerdo, certo?
quinta-feira, março 29, 2007
terça-feira, março 27, 2007
domingo, março 25, 2007
quinta-feira, março 22, 2007
Ementa
Há secretismos que ainda não podemos compreender.
Há salmos que só compreendemos a posteriori.
Há milagres que nos resgatam antes do último soçobro.
terça-feira, março 20, 2007
Apetites
Herberto Hélder ao pequeno-almoço, Mário Cesariny ao almoço, e.e. cummings ao jantar e Alberto Serra à ceia.
quarta-feira, março 14, 2007
terça-feira, março 13, 2007
Improbabilidades
Ontem a pessoa mais improvável de todas ofereceu-me uma borboleta-flor verde. Essa cor improvável de que ultimamente tanto gosto. E também a pessoa mais improvável de todas deixou passar a data em branco pela primeira vez.
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Houve também uma série de pequenas improbabilidades. Mas das boas.
Há um ano atrás, este dia também me surgiria como improvável. Este dia, nesta cidade, rodeada das pessoas com quem hoje estive, a trabalhar onde estou. Inimaginável é, na verdade, a palavra certa.
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Adoro estas improbabilidades da vida. Adoro dias assim.
segunda-feira, março 12, 2007
12 de Março
2ª F. S. Inocêncio. 1537, Fernão Mendes Pinto sai do Tejo, iniciando as fantásticas "Peregrinações". Quarto-Minguante 3h54m.
retirado do Almanaque Borda D'Água
E é também o dia do meu Aniversário.
domingo, março 11, 2007
Fado e lampreia
No teu poema
Existe a esperança acesa atrás do muro
Existe tudo o mais que ainda me escapa
E um verso em branco à espera do futuro.
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José Luís Tinoco na voz de Carlos do Carmo
quinta-feira, março 08, 2007
Prendas do dia da Mulher
O País deu-nos uma Lei.
Eu inscrevi-me num ginásio em Coimbra.
Agradecem a alma e o corpo. Com especial destaque para os rins.
quarta-feira, março 07, 2007
Valores
Obrigações [de decidir e assinar]
Capitalizar [só se for impaciência]
Investir [era já!, numas feriazinhas no Chile, Rússia ou África; embora já me contentasse com Londres...]
Resgate [isso sim, isso sim! Somebody get me out of here, please!!]
Capitalizar [só se for impaciência]
Investir [era já!, numas feriazinhas no Chile, Rússia ou África; embora já me contentasse com Londres...]
Resgate [isso sim, isso sim! Somebody get me out of here, please!!]
segunda-feira, março 05, 2007
[House]keeping... sexy
Quem é que disse que fazer limpezas, além de divertido (e de prevenir o cancro do colo do útero), não pode ser sensual?!
Haviam de me ter visto hoje, com uma túnica que mal cobria a coxa, a limpar a casa de banho, enquanto cantarolava Coldplay...
Bliss
A M. percebeu tudo. A explicação foi muito sucinta. Até porque ela me leu melhor nos silêncios, que nas palavras.
Acho que arranjei uma mãe em Coimbra.
domingo, março 04, 2007
sexta-feira, março 02, 2007
quinta-feira, março 01, 2007
Altruísmo
s.m., disposição para se interessar e dedicar ao próximo.
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Auxiliar os outros. Sobretudo quando somos nós a precisar. E ficamos na mesma.
Nomeadamente, arranjar-lhes casa.
terça-feira, fevereiro 27, 2007
Vida suspensa
Rezamos para que o laço que te cortou a vida e a fala, grite agora a verdade. Agora que jazes nessa mesa fria onde te rasgam a pele, te tiram os líquidos às colheradas e te pesam os órgãos.
Sobra-nos a tristeza.
domingo, fevereiro 25, 2007
Com a causa ao peito
sexta-feira, fevereiro 23, 2007
Voet by stuk hou
Quando a terra vermelha é o que nos corre nas veias. E a coragem na objectiva. E o amor é negro.
quarta-feira, fevereiro 21, 2007
Mayday, mayday (ao Francisco Carvalho)
Francisco: Há cerca de semana e meia que não consigo entrar no Nu Singular. Tentei enviar mail, onde explicitava melhor a situação, mas acho que a morada já não funciona.
Aparecem umas caixas acerca de uma ActiveX que me encerram todos os programas a correr no momento.
É só a mim que me acontece isto?!
P.S.: Não sabia de outra maneira para entrar em contacto contigo. Aguardo resposta. Aqui ou no mail. Beijinhos
segunda-feira, fevereiro 19, 2007
Some things [gladly] never change...
Estacionei o carro nas Virtudes. O arrumador de boné vermelho, que por lá pára diariamente, desenrasca-me sempre um lugar jeitoso e ajuda-me na manobra. Ou eu faço-o acreditar que sim. Ele conhece-me o carro e o sorriso, eu conheço-lhe a embriaguez e a boa-vontade. Tenho sempre tempo para uma palavrita com ele, mesmo num dia de chuva insistente. Caminho pela minha cidade. Toda a gente à minha volta se movimenta em passo apressado e de cara fechada. É dia de trabalho, de preocupações. Não para mim. Calmamente, de guarda-chuva em riste, olho à volta, satisfeita. Os Clérigos ainda estão cobertos com o taipal do Pierce patrocinado pela cerveja. Percorro o Carmo, Carlos Alberto, toda a Cedofeita.
Afazeres cumpridos, a volta. As botas húmidas, as calças alagadas até meio da perna. Desisto de ir à Fnac de Santa Catarina, mas não hesito, quando o eléctrico passa por mim, em entrar no Piolho. O Sr. Afonso serve-me o lanche, Então Dra., como tem passado?, espero que acordes para marcarmos encontro (invariavelmente ainda dormes às 16h e tal...). Encontro adiado, regresso pela marginal.
Às vezes tenho a sensação de que nunca parti.
sábado, fevereiro 17, 2007
sexta-feira, fevereiro 16, 2007
quarta-feira, fevereiro 14, 2007
segunda-feira, fevereiro 12, 2007
domingo, fevereiro 11, 2007
sábado, fevereiro 10, 2007
Gostos
Gostava deles cavalheiros, com sentido de humor apurado, pêlos no peito e maçã-de-adão saliente. De preferência, morenos.
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sexta-feira, fevereiro 09, 2007
terça-feira, fevereiro 06, 2007
Dia não
A impotência a encabeçar o dia. O desânimo que se lhe seguiu. A doença a pesar-me no corpo. As sapatilhas favoritas sujas de sangue. Os olhos pregados na calçada, a caminho de casa. Apesar de tudo, à cabeceira do doente, um sorriso aberto, um afago na cabeça durante o exame físico, a voz a destilar doçura. No pensamento, a frase mais bonita que me ensinaram até hoje: Os doentes têm o melhor de mim.
segunda-feira, fevereiro 05, 2007
domingo, fevereiro 04, 2007
Bandit, red, 16 valve
Os braços a enlaçá-lo; dois corpos movendo-se em uníssono. Houve alturas em que fechei os olhos e simplesmente me deixei levar... Ele a conduzir e a escolher a cadência.
Quem sabe, um dia ainda dançaríamos o tango.
sábado, fevereiro 03, 2007
2 exemplos da Síndrome dos Meios Pequenos
Ela: És mesmo do Porto?
Eu: Sou.
Ela: Eu também... Quer dizer, sou de lá perto.
Eu: Ai sim?...
Ela: Sim, de Oliveira de Azeméis.
Eu: Pois, é perto...
Eu: Sou.
Ela: Eu também... Quer dizer, sou de lá perto.
Eu: Ai sim?...
Ela: Sim, de Oliveira de Azeméis.
Eu: Pois, é perto...
Ele: Mas estás a gostar de Coimbra? Eu não... Acabando o curso quero sair daqui. É um meio muito pequeno. O que tem de bom é que a noite é bem mais barata...
Eu: Bem, por causa do trabalho ainda não tive grande tempo para conhecer a cidade. Mas do que tenho visto até agora, estou a gostar. É mais pequeno, mais pacato, mas é assim... uma cidade antiga, com história e recantos giros... Estou ansiosa por conhecer mais.
Ele: Ao fim de pouco tempo vais-te fartar.
Eu: Pois, não sei... Já me têm dito que sim, mas ainda há pouco cheguei, estou naquela fase da euforia e novidade... O resto logo se vê... Mas, ainda não percebi bem... Tu és do Porto?
Ele: Quer dizer, não exactamente... Mas estudei lá, no Alexandre Herculano.
Eu: Humm... Eu andei no Clara de Resende e no Carolina Michaelis... Mas então, de onde és mesmo?
Ele: (quase a medo) De Viana do Castelo.
Eu: Ah...
Ele: Quer dizer, não exactamente... Mas estudei lá, no Alexandre Herculano.
Eu: Humm... Eu andei no Clara de Resende e no Carolina Michaelis... Mas então, de onde és mesmo?
Ele: (quase a medo) De Viana do Castelo.
Eu: Ah...
Lágrimas
Ontem, frente a elas, abriram-se baús de memórias. Amores felizes e infelizes. Pontos de vista. Crenças. Com o Mondego a rumorejar ao pé. E a rota dos pássaros por abóbada.
quinta-feira, fevereiro 01, 2007
quarta-feira, janeiro 31, 2007
domingo, janeiro 28, 2007
Scattered friends
A A., qual D. Sebastião, está imersa na bruma. O H. partirá em breve para uma terra cronometricamente doce. Eu estou na cidade amorosa. Só o F. ficou. Mas até esse, tal é, por vezes, a dificuldade em achar-lhe o rasto, parece ter debandado.
Citando um amigo, o Porto ficando mais deserto.
Breakfast at Tavi's
Uma manhã coruscante de Domingo. A Boavista sem filas nos semáforos. Apanhei-te no sítio do costume. O sol glacial. O fim no início: o pequeno-almoço na Tavi. A deliciosa conversa de horas. A confissão das saudades que sinto [pela primeira vez] do mar. O teu sorriso harmónico. Fotografei-te com o mar ao fundo.
Teria sido perfeito, se não fosse [mais um]a despedida.
sábado, janeiro 27, 2007
O A. matou-se
O anúncio, na porta da cozinha. Fez-se um silêncio na conversa das duas mulheres. Os olhos da minha mãe ficaram brilhantes de água. Eu engoli em seco. É sempre dramático alguém tirar a própria vida.
Não o conhecia bem. Aliás, só o tinha visto uma vez. O conhecimento que sempre tive dele foi tão-só o que ouvi da boca dos outros. Não tinha mau coração. Mas era maluco. Vi-o pela primeira vez (última, agora) no funeral do meu avô. Estava curiosa, era consensual que ele era igualzinho ao meu bisavô paterno, que eu já não conhecera. O meu bisavô era um homem de um enorme coração e uma figura importante e respeitada lá na aldeia. Encorpado, tez clara, olho azul, lábios carnudos. Bonito. Mas as semelhanças acabavam aí, todos diziam. O meu tio era alheado. Metido consigo. E um homem desregrado.
Não o conhecia bem. Aliás, só o tinha visto uma vez. O conhecimento que sempre tive dele foi tão-só o que ouvi da boca dos outros. Não tinha mau coração. Mas era maluco. Vi-o pela primeira vez (última, agora) no funeral do meu avô. Estava curiosa, era consensual que ele era igualzinho ao meu bisavô paterno, que eu já não conhecera. O meu bisavô era um homem de um enorme coração e uma figura importante e respeitada lá na aldeia. Encorpado, tez clara, olho azul, lábios carnudos. Bonito. Mas as semelhanças acabavam aí, todos diziam. O meu tio era alheado. Metido consigo. E um homem desregrado.
O frasco vazio na mesa-de-cabeceira, a cadela a soltar gemidos do lado de fora da porta trancada por dentro. Ainda vomitou a caminho do hospital, mas já não se safou.
Nas palavras da minha mãe, teve uma morte igual à sua vida - triste.
quinta-feira, janeiro 25, 2007
quarta-feira, janeiro 24, 2007
Olho clínico
A aceleração ruidosa, após o aquecimento do motor, ressoou pela avenida. Muitas das cabeças se voltaram para ver o que era. Ela não [precisou]. Já tinha o alvo na mira desde o início.
Principiante
Não sabia ainda se era melhor ou pior, era diferente. Não lhe ofereciam farda, nem as azulinhas, as Cartas eram, para já, escritas à mão. No refeitório, com pratos variados e bem confeccionados, circulava-se à civil. A hierarquia era a de sempre, o tratamento distinto. Susceptibilidades exacerbadas, a escola mais clássica. A responsabilidade era maior. E o desejo de fazer boa figura também. Até porque, presentemente, representava duas casas. Com pronúncia nortenha, diga-se. Indisfarçável, diziam-lhe.
terça-feira, janeiro 23, 2007
Casa nova
Pink, agora a difundir a partir de Coimbra.
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P.S. : Agora só falta mesmo o rooter e depois será wireless.
domingo, janeiro 21, 2007
Mulher para todo o serviço
Por estas semanas, ia percebendo um pouco mais de computadores, ligações à Internet, Bluetooth, aparelhagens, microondas, chaves de parafusos, cilindros, máquinas de lavar roupa, fogões a gás e instalação eléctrica de casas.
E também de vocábulos proparoxítonos. Mas isso era tema para outro post.
quinta-feira, janeiro 18, 2007
Direito
O 13 não foi o meu. Mas bem que podia ter sido. De qualquer modo, a sorte estava do meu lado. Foi uma noite boa.
terça-feira, janeiro 16, 2007
quarta-feira, janeiro 10, 2007
Pinky dixit
Após uma ida ao cinema em Coimbra, concluí: os Conimbricenses são mais sentimentais que os Tripeiros. E não vou explicar porquê.
sábado, janeiro 06, 2007
Foreigner
Foi assim que se sentiu quando, no café, pediu um pingo e o empregado a olhou com estranheza. Ela não percebeu. Segundos depois, o dissipar da dúvida:
- Ah, quer um garoto?
Ela anuiu, sorrindo. Mas, por uma questão de princípio, ia continuar a chamar-lhe pingo.
So far, so good
Estava a correr tudo muito bem. E entusiasmava-a a novidade. Das ruas, da meteorologia, das caras, da pronúncia, dos modos, da geografia, dos hábitos (seus e dos outros).
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