terça-feira, dezembro 28, 2004

Cá dentro

Olho pela janela: lá fora, anoitece.
Em simultâneo, no meu coração, o dia nasce, no que parece ser um amanhecer interminável...
Agrada-me este desfasamento.

Silêncio

Tenho calado as Palavras. Ou elas é que andam mudas.
Não aparecem no papel. Não as encontro no coração.
Talvez andem zangadas comigo. Faltei aos últimos encontros, admito!
Minto... Na verdade, tenho calado as Palavras com medo que elas te invejem...
Por isso, o meu coração vai sussurrar ao teu (para evitar ciumeiras): Adoro-te!

terça-feira, dezembro 14, 2004

Desabafo

Por hoje já chega de auto-comiseração. Já ouvi todas as faixas de músicas depressivas guardadas na minha estante mental propositadamente para estes estados de espírito. Já gastei Kleenex em demasia (Kleenex não, os meus são marca branca Carrefour). Irrita-me este meu desejo de perfeição. Quando não estou à altura, claro! Recordo-me da primeira vez que mo apontaram. Foi uma professora de Ciências Naturais do 8º ano. Escreveu-mo numa dedicatória que tenho, seguramente, algures (já mudei de casa entretanto, mas devo-a ter guardado, eu guardo sempre esse tipo de coisas). Dizia algo do género: Desejo que continues a cultivar o teu perfeccionismo. Senti-me orgulhosa.
E sempre me dei bem com isso. Até há uns tempos. Largos. Em excesso. Nada pior que lidar com o insucesso, sobretudo quando se recusa baixar a fasquia. E eu recuso-me a isso. E depois tenho que me haver com o meu Super-Ego, sempre implacável.
...
Enfim, a dose diária recomendada de sofrimento psicológico auto-infligido já foi atingida (ultrapassada, mesmo!).
Amanhã é um novo dia. Dizem...