Porque o olhar do amor é o olhar do isolamento. [...] Não, não é de um olhar de amor que ela precisa, mas da inundação dos olhares desconhecidos, grosseiros, concupiscentes e que poisam nela sem simpatia, sem escolha, sem ternura nem delicadeza, fatalmente, inevitavelmente. Esses olhares conservam-na na sociedade dos humanos da qual é separada pelo olhar do amor.
Milan Kundera, A Identidade, pág. 31
4 comentários:
O amor tal como fomos ensinados a querer e a pensar, peca pela a animalidade do desejo, da entrega, da possessão; da não-alternativa. E o amor, tal como devia ser (completo no outro) não pode não ter não-alternativa :)
:) Quase me perdi no meio das negativas, Vanus, mas percebo o que queres dizer. E considero que o facto de termos sobre nós o olhar do amor não elimina os outros olhares. E o facto de não os ignorarmos também não traz nenhum mal ao mundo. Não são olhares mutuamente exclusivos, creio. Mas gostei muito da metáfora dele. E no fundo, parti da premissa que sendo ela verdadeira, eu agora não me importava de um desses olhares do "isolamento" pousados sobre mim...
Obrigada e volta sempre!
de amor não sei nada, mas farto-me de olhar. e gosto. será que isto ajuda a esclarecer alguma coisa?
Lol! Acho que olhar faz muito bem e como dizem os brazucas, "olhar não tira pedaço"!! Por isso, Lr, bora lá olhar à vontade!
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