sábado, dezembro 29, 2007

Esventrar

Vão-me esburacar a casa toda.

Porque um azar nunca vem só...

chove na sala de estar da minha casa nova.

quinta-feira, dezembro 27, 2007

God forbid

Mais do que da doença, Deus nos livre, quando formos velhos, de uma família que se demita das suas responsabilidades.

quarta-feira, dezembro 26, 2007

Bridge with a view

Hoje, seriam umas 7.10h, bem a meio da travessia da Ponte da Arrábida veio-me à ideia - como, de resto, agora acontece invariavelmente sempre que ali passo - o excerto de um diálogo:

Ele: É aqui que choras?
Eu [sorriso cúmplice e nó na garganta]: Sim...

domingo, dezembro 23, 2007

A César o que é de César

A Invicta com mais espaço para respirar. Regozijo-me, obviamente.

Doesn't smell like Xmas

Ela: Sabes...? Este ano não me cheira nada a Natal...
Eu: Sei. A mim também não.

sexta-feira, dezembro 21, 2007

À espera

Será que não chegaste ainda? O mau tempo obrigou-te a trocar as asas por carris? Ou não vens de todo?

quarta-feira, dezembro 19, 2007

A Tempestade

Aqui não há o som do mar revolto a embater nos pontões, esse barulho que nos rouba ao sono no decurso da noite, esse ruído de desassossego a encher a escuridão, e que nos tolhe os músculos do corpo e nos faz aproximar da face, muito a custo, os cobertores. Não há a luz do farol a varrer o breu, bússula dos homens do mar. Não há gaivotas em cima dos telhados nem os seus arrulhos aflitivos, nem a humidade tem o mesmo peso na balança atmosférica.
Mas há vento que obriga, que enregela, que, igualmente possante, zoa nos ouvidos e nas frinchas das portas e janelas.
Não há mar, mas há tempestade. E o medo que ela sempre traz.

Deduções ilógicas

Em Coimbra envelhece-se mais cedo.

segunda-feira, dezembro 17, 2007

sexta-feira, dezembro 14, 2007

Quatorze

Foi há um ano. Embora não raras vezes me questione (é uma questão de índole), o saldo continua positivo.

Para a frente é que é o caminho.

quinta-feira, dezembro 13, 2007

terça-feira, dezembro 11, 2007

Há posts como faróis em noite de tempestade, de uma embarcação há muito perdida no mar do passado

Hoje ensinaram-me que há uma coisa mais obstinada que o tempo. Chama-se desejo.

Pink smile

Então hoje vai de pink!, disseram-me. Sim, sim, o sorriso não engana.

Em casa

Quando o sol me bate na cara e o vento me revolve os cabelos, na cercania da Praça dos Leões, sei que estou em casa.

Encontro Singular

O Progresso juntou-nos. Puseram-se várias coisas a Nu. As culpadas foram a cidade e as letras, paixões de toda uma vida. Que vão ardendo aqui e lá fora.

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Bom dia!

atirado aqui assim da Invicta.

quinta-feira, dezembro 06, 2007

Solitudine

Pousou o telefone com um peso no coração. Ainda lhe ressoavam nos ouvidos as palavras de medo e pesar da avó. E concluiu: a solidão era a pior doença de todas.

terça-feira, dezembro 04, 2007

Desaguisados

Hoje foi dia deles (desaguisado é uma palavra muito em uso por cá, a que eu acho imensa graça e que me dá gozo ficar a repetir, assim, vezes seguidas...).
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Valeu-me uma carta que recebi.

domingo, dezembro 02, 2007

Vaya Con Dios

E o espectáculo terminou assim.

sábado, dezembro 01, 2007

História

O post anterior é irrelevante. Ou melhor, contém uma palavra fulcral: reencontro. Que não aflora sequer o que teve lugar. Não foi um qualquer reencontro. Foi um reencontro histórico. Na minha vida pessoal, entenda-se, o resto do mundo prossegue a sua história. Mas na minha houve uma ruptura. De certa forma, haverá um antes e um depois de ontem. Absolutamente inesperado. Os vírus trouxeram-te a Coimbra. E até isso foi um pouco fortuito. De repente olhei, e lá estavas tu. Desde esse momento, o meu corpo foi tomado por um nervoso miudinho. Hesitei por segundos. Mas ainda há tempos tinha tentado saber notícias tuas. Reúno a coragem e abordo-te. A tua surpresa. Saímos da sala, numa hora (mais? menos? não contei e perdi literalmente a noção do tempo) pusemos parte da conversa em dia. Quatro anos de silêncio. Levei-te ao meu Serviço, memorizaste o meu número no teu novo telemóvel (eu nunca tinha perdido o teu, embora duvidasse que o número ainda se mantivesse). Confessei ter-te avistado no Molhe, confessaste ter-me visto de relance no São João. Quatro anos de silêncio. Que tu escolheste, é certo. Sempre me entristeceu isso, não havia justificação. Despudoradamente, pergunto-te se não queres conhecer a minha casa nova. Infelizmente não podes, vais regressar de boleia dali a pouco, urgência no dia seguinte. Quatro anos depois. Depois de teres cortado relações comigo (que disparate!). Não sou rancorosa, como sabes, e perdoei-te isso. E suportava até que me ignorasses nos corredores do hospital. E o curioso foi a sensação de familiaridade constante. Como se os quatro últimos anos da nossa vida não tivessem existido. E o momento em que afirmas que a tua última vinda a Coimbra tinha sido "quando vim contigo". Aliás Coimbra para mim, na idade adulta, é isso: esse dia que passámos aqui, há uns anos. Combinou-se encontro para um copo no Porto. Que suspeito não se vir a concretizar. Mas dou-me por feliz desta quebra de silêncio. Basta-me isso. Foste o meu maior amor até hoje e aquele silêncio era totalmente descabido. Coimbra voltou a ser ontem, para mim, a Cidade dos Amores. Idos, é certo, mas dos amores. E se não for por mais nada, já valeu a pena ter vindo viver para cá. Para escrever esta página de história.