segunda-feira, julho 12, 2004
Escrever
Estou desapacientada! Sim, desapacientada e sem nenhuma preocupação com a escolha da palavra que fica melhor na frase. Escrever. Freneticamente. Mecanicamente. Relógios moles!... Surreal é a minha impaciência! Estou farta deste cheiro a tempo passado que inunda o quarto! A janela empenou. Até o papel onde escrevo asfixia. Só me apetece escrever, não escrever nada, escrever tudo, escrever qualquer coisa com ou sem nexo. Sinto um desejo animal de escrever pelo simples prazer de escrever. Escrever, assim, sem preocupações parnasianas, com o pensamento desligado, sem qualquer tipo de correcção formal, lógica. Escrever sem querer saber se sou eu a criadora e o escrito a obra, se sou eu que escrevo ou se é o meu outro Eu a escrever, sem sequer me interessar pela qualidade da escrita. Unicamente o acto. Olho pela janela. A noite reclama originalidade. O relógio marca a hora da Quase-Mudança. Eu, só quero paciência!
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