Este cair da tarde, cada vez mais outonal, traz-me aquela nostalgia do verão, deste verão... Basta-me fechar os olhos e este calor transporta-me para a temperatura que senti em Trás-os-Montes, para aqueles lugares, para aquelas gentes...
Não consigo. Por mais que tente, não tenho encontrado forma de descrever o que representaram para mim as férias que lá passei... E o mais engraçado é que nem foram verdadeiramente férias, trabalhei todas as manhãs (e algumas noites...), mas nem me apercebi disso. Estas férias foram tudo o que eu precisava, na hora exacta e no local mais-que-perfeito. Agora, à distância da saudade, tudo me parece um sonho. Mas foi real, o importante é que vivi esse sonho e posso revivê-lo na minha cabeça as vezes que eu quiser e posso ir lá buscar forças durante o ano - garantidamente árduo - que se avizinha, quando elas começarem a faltar - o que irá, muito provavelmente, acontecer...
Mas isso basta-me, eu sou assim... No fundo, sempre me alimentei de sonhos (passados ou futuros) e, enquanto os houver, estou a salvo.
Foi preciso fazer 200 km para recuperar o fôlego, para renovar a esperança, para reatar a minha paixão pela Medicina...
Como era bom que tantas outras coisas se resolvessem com 200 km...
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