terça-feira, setembro 28, 2004

200 km

Este cair da tarde, cada vez mais outonal, traz-me aquela nostalgia do verão, deste verão... Basta-me fechar os olhos e este calor transporta-me para a temperatura que senti em Trás-os-Montes, para aqueles lugares, para aquelas gentes...
Não consigo. Por mais que tente, não tenho encontrado forma de descrever o que representaram para mim as férias que lá passei... E o mais engraçado é que nem foram verdadeiramente férias, trabalhei todas as manhãs (e algumas noites...), mas nem me apercebi disso. Estas férias foram tudo o que eu precisava, na hora exacta e no local mais-que-perfeito. Agora, à distância da saudade, tudo me parece um sonho. Mas foi real, o importante é que vivi esse sonho e posso revivê-lo na minha cabeça as vezes que eu quiser e posso ir lá buscar forças durante o ano - garantidamente árduo - que se avizinha, quando elas começarem a faltar - o que irá, muito provavelmente, acontecer...
Mas isso basta-me, eu sou assim... No fundo, sempre me alimentei de sonhos (passados ou futuros) e, enquanto os houver, estou a salvo.
Foi preciso fazer 200 km para recuperar o fôlego, para renovar a esperança, para reatar a minha paixão pela Medicina...
Como era bom que tantas outras coisas se resolvessem com 200 km...

sexta-feira, setembro 17, 2004

Recado

Não, J.F., não me esqueci do post prometido. Mas ando profundamente desinspirada, cansada, desmotivada, nervosa, e um pouco farta de tudo. Peço-te apenas paciência.

quarta-feira, setembro 01, 2004

Sem que "hajam" novos dados...

Não sou pretenciosa ao ponto de achar que não cometo erros gramaticais ou utilizo sem mácula todas as construções frásicas. Mas também não me chamo José Rodrigues dos Santos nem sou Directora de Programas de Informação da RTP1. Além disso, começo a irritar-me com as perguntas pouco inteligentes que a maioria dos pivots de televisão faz nas entrevistas. Ultimamente, já só gosto do Mário Crespo (esse é delicioso!), do José Adelino Faria e do Carlos Fino; a Conceição Lino também já deixa saudades, no Hora Extra, onde estava no seu melhor.

Outsider

Entrei no autocarro. Validei a senha, como de costume, naquele gesto distraído e automático. Sentei-me num dos bastantes lugares vazios. O percurso, em direcção a casa, é um dos que faço repetidas vezes.
Mas, desta vez, fui tomada por uma sensação de estranheza e repúdio pela minha cidade. Talvez me devesse envergonhar de o sentir, mas a honestidade sentimental obriga-me a confessá-lo: repúdio. Senti que podia renegá-la, sentir-me estrangeira a ela e a ideia fez-me esboçar um sorriso. É pena que essa não-familiaridade vá durar pouco...