quarta-feira, dezembro 19, 2007

A Tempestade

Aqui não há o som do mar revolto a embater nos pontões, esse barulho que nos rouba ao sono no decurso da noite, esse ruído de desassossego a encher a escuridão, e que nos tolhe os músculos do corpo e nos faz aproximar da face, muito a custo, os cobertores. Não há a luz do farol a varrer o breu, bússula dos homens do mar. Não há gaivotas em cima dos telhados nem os seus arrulhos aflitivos, nem a humidade tem o mesmo peso na balança atmosférica.
Mas há vento que obriga, que enregela, que, igualmente possante, zoa nos ouvidos e nas frinchas das portas e janelas.
Não há mar, mas há tempestade. E o medo que ela sempre traz.

2 comentários:

Sergio Barroso disse...

Como eu compreendo essa falta. bjos grandes, minha querida.

Pinky disse...

:)...