quarta-feira, dezembro 24, 2008

Cleanin' up the locker

Não foi aquele momento televisivo cheio de spleen, com a personagem em contraluz, uma música pungente no ar, só entrecortada pelo som dos objectos a chocarem acidentalmente contra a superfície metálica do cacifo, enquanto uma mão os remove lentamente dali.
Na vida real tudo é mais cru.
As socas cor-de-rosa já bastante sujas fizeram demasiado barulho a serem guardadas no saco plástico de uma qualquer loja de roupa, a bata, também ela ávida de detergente, foi amarrotada apressadamente, tendo sido a tralha acumulada nos bolsos atirada para outro saco (de papel, de uma loja de artigos para o lar). Por fim, o estetoscópio dobrado com algum cuidado (convenhamos que não é barato, além de ser um companheiro de grande utilidade - o meu ainda possui as olivas originais). Fecha-se o cacifo, encerra-se um ciclo.
Entrega-se a chave, é devolvida a caução.
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Em Janeiro, tudo recomeça.

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